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Região

Quando o amor encontra o consumo: reflexões sobre o Dia dos Namorados

Data surgiu como estratégia de marketing no Brasil, mas segue marcada por afetos, rituais e desejos de pertencimento, explica coordenador do curso de Psicologia do Unipiaget

12 junho 2025 - 14h31Por Da Reportagem Local

O amor é celebrado de formas distintas ao redor do mundo. Embora seja um sentimento abstrato e difícil de definir, ele sempre foi valorizado pelas sociedades em diferentes contextos culturais. No Brasil, a comemoração do Dia dos Namorados em 12 de junho foi impulsionada por campanhas publicitárias nos anos 1940, criadas para aquecer o comércio em um mês considerado fraco para as vendas. A escolha da data, véspera de Santo Antônio, o “santo casamenteiro”, reforça o simbolismo afetivo — ainda que com um viés estratégico.

No exterior, especialmente nos Estados Unidos e Europa, o Dia de São Valentim (14 de fevereiro) homenageia o padre que arriscou sua vida para unir casais apaixonados, tornando-se o padroeiro dos namorados. Aqui ou lá fora, o amor se manifesta não apenas nas emoções, mas também nas ações — muitas vezes materializadas em presentes.

Mas qual é a real motivação por trás dessas trocas simbólicas? Para o psicólogo e coordenador do curso de Psicologia do Unipiaget, Prof. Luís Sérgio Sardinha, existe um elo entre amor e consumo que vai além do romantismo.

“O consumo compensatório é uma prática muito comum, usada como tentativa de amenizar sentimentos de frustração, inadequação ou receio. Presentear, nesse contexto, muitas vezes representa um pedido silencioso de aceitação e afeto”, analisa Sérgio.

O mercado sabe disso. Campanhas publicitárias trabalham com gatilhos emocionais que reforçam a ideia de que o presente pode ser a chave para agradar o outro — ou, no fundo, reafirmar o próprio valor. Embora esse comportamento possa parecer pouco romântico, o coordenador observa que ele não exclui a autenticidade do afeto.

“Sim, no Dia dos Namorados, queremos agradar a alguém, amar alguém e também nos sentir amados. Mesmo com apelo mercadológico, o ato de presentear faz parte de um rito de aproximação. E isso, por si só, é um gesto de amor”, afirma o professor.

No fim das contas, amar é também sobre se conectar — seja com gestos, palavras ou lembranças. E, para muitos, o presente é apenas a concretização de algo que pulsa dentro: o desejo de estar junto.

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