Por anos, tive dores de cabeça fortes. Sempre que elas apareciam, recorria aos analgésicos. O remédio ajudava na hora, mas o problema nunca ia embora de verdade. Até que um dia, pensando no motivo dessas dores, me lembrei dos meus óculos. Achei que não podia ser isso, já que tinha trocado as lentes há pouco tempo. Mas resolvi ir ao oftalmologista mesmo assim. Fiz um ajuste no grau, pois ele tinha diminuído! Desde então, nunca mais tive dor de cabeça. Pelo menos, não com a mesma intensidade.
Contei esse relato curto para mostrar que, muitas vezes, o problema real não é algo que um “remédio” pode resolver. Eu precisava corrigir a causa para que a dor parasse de vez.
Isso acontece o tempo todo em várias áreas da vida. Por exemplo, pais ocupados que tentam compensar a falta de tempo com presentes e mimos para os filhos. As crianças ficam felizes por um momento, mas logo voltam a sentir a ausência – e isso se reflete no comportamento delas. O problema não é a falta de brinquedos, e sim a falta de presença.
Nas empresas, é a mesma coisa. As vendas caíram? Promoção! Desconto! Compre 1, leve 2! E muitos pontos de exclamação! A equipe está desmotivada? Bônus! Mesa de pebolim! Mas será que essas ações realmente resolvem o problema?
Se o produto for ruim, se o atendimento não for bom ou se o ambiente de trabalho for tóxico, promoções e bônus não vão resolver nada.
No marketing, a busca por soluções rápidas também é comum. Todo mundo quer fazer parte da nova tendência, da estratégia que promete resultados rápidos. Mas se a empresa não entender qual é o problema real, todo investimento pode ser em vão. Não adianta gastar dinheiro em redes sociais se o site for ruim ou se o conteúdo não for relevante.
A verdade é que tratar apenas o sintoma nunca resolve o problema de fato. Para isso, é preciso investigar, olhar os dados e entender o que está acontecendo. Perguntar "por quê?" várias vezes até encontrar a causa do problema.
Vivemos em um tempo em que todos querem soluções rápidas. Mas, na maioria das vezes, o problema real não é óbvio. Se não nos aprofundarmos para entender o que realmente precisa ser ajustado, continuaremos tratando os sintomas, enquanto a verdadeira causa da dor só aumenta.