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Jornal Diário de Suzano - 14/06/2025
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Coluna

Saudade é para sempre

08 abril 2025 - 05h00

Todos sabemos desde o princípio de nossas vidas que viemos para ar um tempo aqui, uns mais outros menos, mas todos um dia iremos embora e a saudade irá tomar o lugar da nossa presença no coração daqueles que conosco conviveram.
Acreditamos que deveria ser por ordem de chegada depois de um longo tempo de convivência e existência, quando nossos corações estivessem preparados para a despedida.
Entretanto, não é assim, mesmo que a vida tenha durado cem anos, a partida será dolorida e ficará um vácuo que nunca mais será preenchido, aquele ser é único em nossa vida, fará falta sempre.
Até as discussões, os desentendimentos normais entre irmãos, os abraços longos, as conversas sobre futilidades, as lembranças compartilhadas, por menores que sejam, as observações do cotidiano sob o olhar e entendimento de cada ser fará falta.
Terá horas em que cheios de novidades iremos acionar o telefone para dividir as alegrias ou talvez alguma notícia triste e então, uma dor que parece acabar com nosso interior se instala e fica tomando conta de nós, pois, lembramos que não adianta ligar, do outro lado da linha não está quem buscamos.
A nossa existência é sempre acompanhada de despedidas ao longo dela, vemos (muitos de nós) os avós partirem, amigos, familiares próximos e distantes, nossos pais que serão sempre lembrados por seus ensinamentos e pelo amor imenso que nos unia, mas em nenhum momento a despedida será tranquila.
Entendemos que a vida verdadeira não é esta, lá do outro lado ela continua vibrante e muito mais livre, afinal o corpo físico não existe e o espírito sem amarras pode estar onde e com quem quiser. Até mesmo do nosso lado quando a tristeza e a saudade tomar nosso coração de sopetão e se instalar causando dor.
Mesmo cientes e conhecedores dessa doutrina que traz alívio, sentimos saudade daquela presença, com a qual convivemos tanto tempo, sem querer pensar em partida.
Mas esse dia chega, como já chegou outras vezes, deixando sempre muita dor e lágrimas.
Por aqui acompanhei perdas desde jovem, como todos nós, vi lágrimas doloridas escorrerem dos olhos de minha mãe pela partida de filhos que ela trouxe para este mundo e que se foram antes dela, a partida de meu pai de maneira brusca e violenta, da sua mãe minha avó tão querida e depois, senti mais forte as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto quando ela se foi.
Um vazio imenso se instalou e uniu muito as irmãs mais velhas, como eu e ela.
Agora ela se foi, sempre sorridente e conselheira, amorosa e preocupada, não contava para todos o seu sofrimento e as suas dores, somente as sentia profundamente. Vez ou outra me dizia (como a me preparar), estou cansada, sinto muita dor, vivo no médico ou internada, acredito que logo chega minha hora de encontrar nossos pais, afinal sinto tanta saudade deles.
Eu relutava, falava das festividades, dos sobrinhos, das irmãs, ela me olhava com aquele olhar profundo que ia perdendo a vivacidade, lutou e permitiu que comemorássemos seus setenta anos.
E se foi, certamente está matando a saudade que sentia de todos que partiram e aqui deixou um vazio que não será preenchido. Minha irmãzinha, você está fazendo falta em minha vida, um amor para a eternidade como dizíamos permitirá o reencontro na pátria espiritual.